Adivinha quem vem jantar!

* Quase no fim do jantar veio a frase «conhecer é ser»... [Geometria do Abismo].

* Há dois anos espantou um alfarrabista de rua ao interessar-se por um livro sobre Picasso e ao insistir comigo para que lho comprasse... [A Posta Restante}.

O parafuso

Se ainda há leitores por aí, desculpem estas constantes ausências. Vou tentar amanhã, que é domingo, voltar aqui, animar-me por ter vindo. Hoje andei de loja em loja à procura de um parafuso. Ridículo eu sei, mas a vida é isto mesmo, nem sempre tudo ter grandeza nem lógica que a suporte. Sem ele, o minúsculo parafuso, cai-me o botão que liga e desliga o computador. Tudo aconteceu por ele andar aos trambolhões na mala do carro, por causa de mim e da minha errante vida itinerante. Dirão os que me detestam que já tinham notado que me falta um parafuso. Por isso, nem sei se agradeça a quem o encontrar; no fundo, sinto-me bem assim, desatarraxado de todo.

O carteiro

* Há no momento mágico em que uma mãe volta a sê-lo, através da filha que criou, o indizível da Natureza a cumprir-se... [A Posta Restante].

* Consegui recomeçar a ler. Lentamente... [O Ser Fictício].

* Hoje andei a entregar cartas. É bom isto, o fazer de paquete, e saber assim onde são as portas e quem as abre... [
A Janela do Ocaso].

Regressado da mata!

* No caso da Dra. Maria José Morgado, que se meteu por estes atalhos, hás três coisas fantásticas... [A Revolta das Palavras].

* Como devem ter notado, andei por aí a ganir, com o futuro cadáver a estrebuchar. Felizmente o organismo tem uma enorme capacidade de se auto-regenerar e mais felizmente ainda ele fabrica com a doença a milonga que o cura. Cá estou de volta. Obrigado aos que se preocuparam e ajudaram a ter vontade de melhorar.

Maré alta

O senhor Artur estrebuchava, aflito, os seus oitenta e tal anos tornados naquele escanzelado corpo, em convulsões... [A Janela do Ocaso].

Pela hora do sol

Guardiões da panaceia espiritual, desconfiados ante as maleitas que não enxergam, mestres da medicina metafísia, os chineses... [Maria Ondina Braga].

Imagens e quadradinhos

* Perca tempo e imagine-se como os outros o vêem... [O ser fictício].

* Permitam-me que, retirado do mundo real, eu me tenha refugiado, asilado, no mundo da banda desenhada, vivendo aos quadradinhos. Estou aqui.

Fala do homem nascido

Há, a ilustrar a exposição evocativa do António Gedeão, que está na Biblioteca Nacional, uma entrevista com a sua pessoa, nos últimos tempos em que viveu... [Geometria do Abismo]-

Envolto no erro!

Começo a suspeitar que há por aí uma Natureza demoníaca e viral que se tenta apoderar dos corpos melancólicos e se diverte a esfacelá-los... [A Janela do Ocaso]

Utopia de um homem que está cansado

* Folheei-o, ontem, ao livro da poesia completa do Anrique Paço d' Arcos de que a Imprensa Nacional deu à estampa agora a segunda edição... [O ser fictício].

* O Livro de Areia de Jorge Luis Borges é a alusão em conto a um livro monstruoso, infinito, em que a cada página sucede sempre outra página, um livro sem princípio e sem fim...[Geometria do Abismo].

Um dia de sono

O médico chegou-me, enfim, na forma de um livro. Ireneu Cruz, médico gastrenterologista, escreveu um estudo sobre a morte, por suicídio, de Ernest Hemingway... [A Janela do Ocaso].

Ainda é só amanhã...

* «Eu cri, tu creste, ele creu». É mesmo assim. Custa ouvir, mas é... [O Ser Fictício].

* O nosso organismo tem uma capacidade inata de se curar, mesmo sem remédios, sobretudo sem eles... [A Janela do Ocaso].

O renovar da esperança

* Primeiro dia do ano, segunda-feira. Normalmente é a altura de se prometerem coisas novas, normalmente a nós próprios, assim mesmo sem grande convicção e prudentemente sem testemunhas... [A Janela do Ocaso].

* «As imagens ontem reveladas não mostram o momento em que foi suspenso, mas testemunhas contaram como foi bem audível o estalar do seu pescoço»... [A Revolta das Palavras].