O Cónego Barreiros
A fotografia tem no verso uma legenda: «Ao primo José Barreiros Pina do Amaral, como prova de estima e lembrança da sua passagem pelo meu Colégio. Colégio da Via Sacra 14-7-52 Pe. António Barreiros».
O destinatário foi o meu pai, que usava o nome, como se à espanhola, com o designativo materno no final antecedido pelo do lado paterno.
Órfão, o Cónego Barreiros deu-lhe estudos gratuitos no que foi uma referência estudantil em Viseu: o Seminário-Colégio da Via Sacra. Ali conviveu com António de Oliveira Salazar, então prefeito. Com a diferença: este dedicava-se, férreo, ao estudo, chegando a ponto de em pleno Inverno, depois de uma jornada de trabalho, descalçar-se para que os pés numa bacia de água gelada o impedissem de adormecer; o meu pai queria namorar e vida solta. Partiria para São Tomé, dali para Cabinda, enfim em Malanje, onde eu nasci em 1949. Quando a foto chegou até nós eu teria três anos. Fui hoje ao seu encontro.