É minha prima direita. Do sangue mais próximo de minha Mãe.
Nascemos ambos em Malanje.
Andava pelos cinquenta e alguns anos e um súbito arrebatamento fez-me atravessar o Oceano e procurá-la nos EUA onde reside. Não te via, Isabel, desde que eras apenas bebé.
Foi um encontro fulgurante, viagem às origens de mim, feita de risos e de fraternidade.
Tenho orgulho na sua tenacidade, na sua capacidade de enfrentar a adversidade, na sua honradez, na bondade.
A fotografia é de uma Luanda em que viveu e que eu já não conheci.
Somos de um ramo de família que se separou e dividiu, os Rebelo da Silva. E cortaram relações todos com todos. Como se uma maldição se abatesse sobre a casa comum, condenando-os à solidão.
Tem uma outra irmã, no Brasil.
Quando nasci, estava escrito que seria para ter de ser eu a formar a minha própria família. Tem sido esse o propósito de uma vida, a busca da paz através do amor.
Voltei aqui hoje a este blog, que é um pouco uma memória de vida, lembrar que existimos como futuro. E lutamos por isso, renascendo quantas vezes.
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